domingo, 21 de setembro de 2014

Classe média sofre

    Todo dia soooofro pra acordar cedo pro trabalho. Dia desses me enrolei tanto que literalmente corri atrás do ônibus - e ainda tive que aguentar gracinha do motorista "nossa, correu só isso e tá arfando assim? Não faz exercícios há tempos heim?".
    Final de semana, quando dá pra dormir, ÓBVIO que acordei antes mesmo das 9. Podia insistir no soninho ou, na pior das hipóteses, ficar rolando na cama enquanto curtia a preguicinha. Mas não, levantei bonitinha, fiz café preto e comi bolo. 
    Achei maduro sabe? Ao invés de reclamar - "ó universo, puquê fas içu?" - decidi seguir a vida e fazer algo com o tempo livre. Conclusão: passei a manhã jogando Candy Crush. Estamos em 2014 e a pessoa ainda não superou os docinhos coloridos, quer dizer... MATURIDADE, viu?

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Jorge Luis Borges e outros hermanos

Los enigmas


Yo que soy el que ahora está cantando

seré mañana el misterioso, el muerto,
el morador de un mágico y desierto
orbe sin antes ni después ni cuándo.

Así afirma la mística. Me creo
indigno del Infierno o de la Gloria,
pero nada predigo. Nuestra historia
cambia como las formas de Proteo.

¿Qué errante laberinto, qué blancura
ciega de resplandor será mi suerte,
cuando me entregue el fin de esta aventura

la curiosa experiencia de la muerte?
Quiero beber su cristalino Olvido,
ser para siempre; pero no haber sido.



Lembro quando ele afirmou que a poesia sempre era melhor em seu original - e o espanhol me tem soado tão bem...

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

I´m so fucking sorry


"Desculpa, fiquei trabalhando até tarde, não deu pra ir.
Desculpa, acabou minha bateria, só consegui uma tomada agora.
Desculpa, eu não estou bem hoje, coisa minha.
Desculpa, eu bebi demais e falei mais do que o necessário.
Desculpa, precisei sair correndo. Mesmo.
Desculpa, não tem nada a ver com você, são traumas que a vida me trouxe.
Desculpa, não liguei porque não sabia o que dizer.
Desculpa, não disse nada porque achei que você estava na sua.
Desculpa, esqueci de te apresentar, essa é Amanda.
Desculpa, eu achei que você sabia.
Desculpa, estou só dizendo a verdade.

O problema não é só o que você diz, mas como e quando você diz.
Homens que precisam se desculpar, não se aproximem. Obrigada."


Da - sempre incrível - Lia Bock.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

"Aceitamos o amor que achamos que merecemos."

    Muito mais que um trecho do livro e filme "As vantagens de ser invisível", taí uma verdade incontestável - ao menos no meu universo particular.
    Após anos com problemas de autoestima, enfim hoje olho -pro espelho e também pra dentro de mim - e aceito sou capaz de atrair algum maluco solto pelo mundo. Olha, não foi fácil, aliás, não tem sido. Levo quase como um exercício diário lembrar a mim mesma que sou sim uma pessoa interessante e quanto a aparência, também não sou lá de se jogar fora.
    Ainda assim, a pergunta que paira no ar é: por que, no fim das contas, sempre acabo me contentando com migalhas? Quase como se eu não fosse digna da atenção e respeito daquele que escolheu estar comigo. Dia após dia mendigando afeto e enganando a mim mesma, "ah, mas isso aconteceu por esse motivo" ou ele agiu desse modo por aquilo".
    Dentre intermináveis justificativas, vez em quando tenho um lampejo de bom senso. EI, MEREÇO MAIS. Juro não responder, deixar de atender e apago o número do celular - para no dia seguinte, adicionar novamente, já que obviamente não fui corajosa o suficiente para não ter anotado em algum canto de caderno.
    Sei que ainda estou em fase de transição e numa comparação com anos atrás, a evolução é notável. Ainda assim, minha hortinha de amor próprio ainda não floresceu totalmente e exige cuidados diários, como regar e, por que não, podar também.
    Sempre fingindo achar suficiente o que claramente não é. Na próxima, rasgo aquele papel com seu número em mil pedacinhos.
 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Elvis has left the building

    Certa vez li essa expressão num dos tantos blogs que sigo - já nem lembro mais qual. Hoje a empresto, pelo encaixe perfeito à situação.
    Você já não me afeta mais.
    Claro que não aconteceu do dia pra noite, foi gradual e sofrido. Um pouco (ou muito) patético também - pois se chorar assistindo um clipe do Bruno Mars não for o fundo do poço, bem, não sei o que mais seria.
    Passaram-se os dias em que eu acordava e não tinha a mínima vontade de levantar da cama. Que saía pra qualquer lugar e só conseguia pensar em como queria você ali comigo. Nos quais eu ficava imóvel, olhando pro nada e totalmente apática. Dias que passavam por mim e eu não passava por eles, por mais clichê que seja essa afirmação.
    Essa não é uma novidade pra mim, já tinha percebido há algum tempo. Só que ontem, com sua tentativa de retomar contato, tudo ficou mais claro. Não me interessam seus planos e grandes feitos e perceba, sempre fui uma pessoa super curiosa - você bem sabe. Não por acaso, tentou fisgar minha atenção de um jeito específico. Tentativa frustrada, pro seu azar.
    Não sei exatamente quando aconteceu, nem como. Foi só a vida, acho. A passagem do tempo, desde aquele 21 de novembro em que eu decidi que não iria mais molhar de lágrimas meu travesseiro, não por você. Devo ter descumprido a promessa algumas vezes, mas não tenho certeza. 
    E essa interrogação só vem reforçar que já não ligo mais. Não sei e não quero saber, Elvis já está bem distante a essa altura.
    I couldn't care less.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Ter o desejo e a necessidade de viver, mas não a habilidade

    Dez e meia da manhã, toca o telefone. Mamãe atende e quando perguntam por mim ela fala a real: tá dormindo. Em seguida a pessoa se identifica e comunica que a ligação é referente a um processo seletivo pra vaga em um escritório que eu tinha mandado o currículo no dia anterior.
    Vergonha define.


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

No one ever said it would be this hard...


    2013 foi um ano inútil na minha vida. Daqueles assim que, se apagados, não fariam qualquer diferença. Quando afirmo isso invariavelmente me olham meio assustados, tipo, "oh, e sua formatura?" ou então "pôxa, mas teve a mudança de cidade!" mas reafirmo que, PESSOALMENTE, achei um ano bosta. Isso não quer dizer que não houve momentos (MUITO) felizes mas as conquistas e a evolução que eu esperava não vieram. Por falta minha, por azar, por timming ruim, enfim, motivos variados.
    Comecei 2014 tal como 2013 e isso definitivamente não é bom. Arrisco até a dizer que tô mais cheia de dúvidas hoje do que há 365 dias, mas isso pode se dever ao sentimento de derrota que tem me assolado. 
    Porque é assim que tenho me sentido: derrotada. Cada e-mail genérico de "você não se encaixa na vaga" me puxa um pouquinho mais pra baixo. A falta de oportunidades e perspectiva de mudança me desanimam e a cada dia que passa me sinto mais e mais um belo dum fracasso.
   Então, Chris Martin, sei que a canção falava de amor, mas também se aplica a minha situação presente. Senta aqui cara, vamos conversar, dá um abracinho.