quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A vida é chata mas ser platéia é pior.

    Eis que é 26 de dezembro. Aquele fatídico dia que a culpa te consome - seja pelos kgs adicionados à balança, pela resposta atravessada que deu pra vó e criou climão em plena ceia ou então até mesmo pelo esquecimento daquele desejo de "feliz natal, felicidades, harmonia, paz blábláblá" pro chefe ou aquele amigo mais drmático - ou não. 
    Nunca fui fã de sofrer pelo que passou, assim, dificilmente a tal ressaca moral me acomete. Isso não quer dizer, contudo, que sou uma heartless bitch e saia por aí aprontando sem sentir a mínima culpa, pelo contrário. Eu sou uma pessoa que tende muito mais à inércia do que à pró-atividade (tal declaração hoje em dia poderia ser considerada suicídio profissional, mas a anonimidade* taí pra isso). Enfim, o ponto é que eu dificilmente vou fazer algo de que me arrependa porque é muito mais provável que eu não faça NADA. E assim a vida tem seguido no decorrer de meus 23 anos e tantos meses.
    Hoje, por exemplo, passei o dia todo de pijama. Agora já são mais de 8 horas da noite e já estaria quase na hora de vesti-lo de novo (oi, tenho 80 anos?) e o único momento em que pensei no absurdo disso foi quando levei minha cadelinha pra dar uma volta na frente de casa e parei alguns segundos para refletir se seria pior explicar para os vizinhos curiosos que eu AINDA não tinha tirado o pijama ou se JÁ teria colocado o pijama. Concluí nada e resolvi deixar pra lá. Numa retrospectiva do meu dia, acordei já na hora do almoço e passei o dia estirada na frente do ventilador, juntando coragem pra levantar e ir tomar banho enquanto lia, mexia no celular e jogava Candy Crush. Assim o dia foi, já era, menos algumas horas de minha existência que joguei fora por preguiça de levantar a bunda da cama e a verdade é não me senti nem um milímetro culpada. E ISSO É ERRADO.
    Mas se há de servir pra algo esse dia, que seja então pra decidir que chega de empurrar com a barriga. Tá mais que na hora de dar retorno a todas as benesses que a vida (a.k.a. papai e mamãe) me proporcionou - ou ao menos começar a caminhar com minhas próprias pernas, que cansei de pedir 5 reais pra tomar sorvete.


* A palavra que eu buscava era "anonimato" mas como só me ocorreu depois de escrito o post e considerando que tive que efetuar pesquisas para expressar meu pensamente, resolvi manter esse aborto ortográfico. Acredite, existe: http://aulete.uol.com.br/anonimidade .

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

De Marla de Queiroz.


"Eu desejo que você consiga perceber a sua força, por causa e apesar de. Que saiba que é grandioso demais para achar que não é, mas que, às vezes, têm limitações que precisam ser trabalhadas.
Eu desejo que você, antes de me contar seus defeitos, que fale para se escutar sobre as suas qualidades, as essenciais, porque o material não te faz mais bonito ou menos interessante, seu coração é a sua nobreza.

Eu desejo que no mundo haja mais pessoas com a sua generosidade, mas que sua percepção disso seja convertida para o seu Bem também. Desejo que você não apenas ajude, mas aprenda a pedir ajuda: se humildando na sua capacidade de dar e se permitindo receber o que é justo.

Desejo que, no auge do seu cansaço, você não fuja, que simplesmente consiga chorar por um profundo respeito a si mesmo. E que deixe que o Universo te afague, que a Vida te acaricie, que um Poder Superior te ouça e dê o colo que você precisa. Eu desejo que você possa dormir quando sentir sono. E que possa acordar com a boa notícia que espera.

Porque você merece comemorar mais uma vitória. Você merece sorrir com seu coração."


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Balança, sacode a poeira

    Nunca pensei que me pareceria tão trabalhoso entrar no site e escrever alguns parágrafos sobre sei lá, a morte da bezerra. Briguei com pai, briguei com mãe e só não briguei com irmã porque ela tá a mais de mil km de distância, provavelmente. Me inscrevi em mais alguns concursos que eu já sei que não vou passar. Tomei sol e passeei com os cachorros, afinal, nem tudo na vida é desagrado, certo? Dei gelo no sujeito, recebi gelo do sujeito e, além do gelo, "uma chance", segundo o mesmo.

    (POP-UP: Chance o cacete, já que me tratou como última na lista de prioridades. Grande chance viu, chancezona. Resultado é que tô bloqueada em Skype, Whatsapp e sei lá, se inexistir um aplicativo ou coisa que o valha que impeça ligações de números indesejados, certamente o cidadão tá desenvolvendo um pra impedir que eu entre em contato).

    Enfim, vida que segue. E seguiu, as coisas continuaram a acontecer e assunto não faltou, a preguiça é que venceu. E eis que eu me enrolei pra caramba pra fazer esse tal blog, mais de um ano. Sempre tinha ideias (aparentemente) geniais que pôxa vida, eu simplesmente TINHA QUE deixar pra posteridade - mesmo que o máximo que isso me proporcionasse seriam risos futuros e a absoluta certeza de que eu tô numa fase muito babaca da vida. Ou que sei lá, tudo vai ficar cada vez mais non sense e isso é só o começo. Enfim, não sei, daqui uns anos eu resolvo e relato aqui minhas conclusões.
    Isso se a preguiça não me dominar novamente.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

"You said 'so go'. With such disdain, you know?"

Fonte: http://ohgoshcindy.tumblr.com/

     Achei apropriado.

   

Parem as máquinas!!!


    Olha, eu já tinha eleito segunda como o dia mais bizarro de meus 23 anos mas eis que na terça-feira sujeito me escreve que eu só fingi estar apaixonada, que não gostava de verdade e por isso deveria parar de ouvir grupos românticos, porque isso daria azar pras bandas e deveria escutar Matanza ou sertanejo (porque esse fala de balada e pegação). 

    OU SEJA.


A banal poesia contida em acidentes

     É possível aprender uma lição de vida em qualquer acontecimento banal ou eu que ando vendo o mundo mais profundo do que realmente é? Depois do dia infernal que foi a segunda-feira - baixa de pressão/quase desmaio durante o passeio de bicicleta de manhã e porrada de granizo a tarde -cheguei em casa da praia, com o rabinho entre as pernas e enrolada na canga imunda e encharcada. Fui tranquilizar minha mãe - que na verdade nem tinha se preocupado com o fato de eu estar na praia durante a chuva -, peguei a toalha de banho e fui pro chuveirinho externo tirar o excesso de areia.
    Somados, o vento gelado, o chuvisco persistente e a água fria me fizeram literalmente correr pro banheiro, em busca de um bom banho quente. Contudo, entretanto, todavia, mas, porém... Eu não contava com um obstáculo: o piso liso da garagem. Resultado? Me estabaquei. Aliás, ainda tô tentando entender porque diabos alguém coloca piso antiderrapante na cozinha/sala e não na garagem, mas ok...
    Decidi que depois do banho não levantava mais da cama e lá fiquei, pensando como as coisas sempre podem piorar. No caso, no meio do caminho tinha um piso liso, tinha um piso liso no meio do caminho, mas não se resume a isso. Quantas vezes, afetados por um problema, nos sentindo impotentes, achamos que tudo de pior já aconteceu? Não basta estar na merda, sempre existe uma variável que pode tornar tudo pior, tô aprendendo a não subestimar tio Murphy... Pôxa, já não bastavam os hematomas que as pedrinhas deixariam em mim, eu ainda precisava de dor no traseiro?

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Dia descontente (e bizarro)

    Hoje quando saí de casa rumo à praia sabia que não daria tempo de tomar sol. Já tinha passado da hora, pois me resta alguma responsabilidade. Embora minha vontade de pegar uma corzinha - e assim parar de receber olhares de reprovação e conselhos estilo "tia (?), tá mesmo precisando pegar uma cor" - seja grande, o medo do famigerado câncer de pele que já causou problemas ao meu pai e ao meu tio é maior ainda.
    Pois bem, sabendo da impossibilidade de deitar bela e formosa em minha canga, já levei um livro e o inseparável celular munido de novas músicas. Mal sentei na areia senti um pingo. Ok, aqui dá uma chovidinha quase todo fim de tarde, portanto, nem tchum. Os pingos esparsos, contudo, tornaram-se constantes, mas até aí não passava de uma garoazinha de nada. Garoa essa que engrossou e virou uma chuva de pingos pesados, acompanhados de trovões, que eu, mais macho que muito homem, decidi ignorar, afinal, não sou de açúcar e além do mais, ei pessoal, por que todos estão indo embora, diabos?!
    Passaram-se cerca de 5 minutos de chuva intensa, o medo de molhar o conteúdo da bolsa - que essa hora já estava protegida por canga, chinelo e até por mim mesma - me fez decidir voltar pra casa, derrotada. Junto minhas coisinhas, a essa altura já ensopada e começo a trilhar o caminho da roça.
    Eis que, passos depois, sinto que algo atingiu minha cabeça. Olho para trás revoltada - embora soubesse que a praia estava vazia naquele trecho, exceto por euzinha - e qual não é minha surpresa ao receber mais pedradas? Pedras de gelo, pra ser mais específica. 
    SIM, EU ESTAVA TOMANDO CHUVA DE FUCKING GRANIZO.
    Chuva de granizo, na praia, onde o abrigo mais próximo era uma lanchonete fuleira que ficava a uns 200m. Quando me aproximava vi que não era a única, alguns surfistas saiam correndo do mar, com as pranchas na cabeça, ou seja, contando ao menos com um mínimo de proteção. E eu lá, linda e loira, correndo, com uma bolsa que não podia molhar, uma canga ensopada e toda suja de areia, enquanto tomava pedrada nas costas, cabeça, bunda e pernas - os calombos formados em meu corpo todo não me deixam mentir. Ficarei feliz se não estiver toda roxa amanhã.
    Que fique registrado, portanto: 14 de outubro de 2013, o dia que tomei uma surra de granizo - que, a propósito, DÓI PRA CARALHO!